terça-feira, 26 de agosto de 2008

Participação em Mostra de Teatro - Caminha, 25 de Abril




No dia 24 de Abril de 2008, após a actuação do grupo juvenil da Nova Comédia Bracarense na Sé de Braga, num espectáculo ao ar livre que tinha como objectivo simbolizar o dia da Liberdade com um pouco de Teatro, fomos convidados para representar em Caminha no dia do feriado nacional, na 2ª Mostra de Teatro Amador do Minho, entre a região minhota portuguesa e galega.

Dado o convite inesperado e o inexistente tempo de ensaio, e após conseguirmos garantir a presença de cinco elementos nesse futuro espectáculo, decidimos como género teatral a executar nesse dia, o Improviso. Este tipo de Teatro, após o Workshop orientado por Miguel Marado, tem sido uma clara vantagem para o nosso grupo neste tipo de situações.


O espectáculo correu bem e tivemos um bom e extenso público, no qual se encontravam muitos elementos de nacionalidade espanhola, mas onde isso nunca se revelou problema para os “nossos irmãos”. É mais que meu dever referir que fomos extremamente bem recebidos e acolhidos tanto pelos elementos do mundo da organização do festival no qual participamos, assim como por parte da Câmara desta mesma cidade.

Os actores neste espectáculo no dia 25 de Abril foram Bruno Boss, Liliana Ribeiro, Pedro Kayak, Rui Lucas (eu mesmo) e Miguel Marado (apenas o último não está presente em nenhuma das fotografias).


Rui Lucas

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Teatro do Oprimido: Mundialização e Estética

Segundo o Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro, existem mais de 50 países que já usam como método o teatro do oprimido. É o caso de Portugal, nomeadamente em Braga, ainda que na infância, com a Nova Comédia Bracarense; no Porto, com os cursos de Teatro do Oprimido na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto e em Lisboa, com o GTO Lx (Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa). Este último tem vindo, actualmente, a desenvolver teatro para bairros sociais, como o da Arrentela, escolas e até para a ilha de S. Miguel nos Açores. Usam como suporte o conceito de empowerment que se poderá traduzir em linhas gerais como a suscitação de poder no povo que permita a participação e intervenção na sociedade para a concretização da mudança. Neste caso, trata-se de possibilitar aos habitantes de bairros, aos estudantes das escolas e aos moradores da ilha de S. Miguel um comprometimento para com a satisfação das expectativas dos espectactores.

Segundo Augusto Boal, outros focos importantes no mundo de teatro do oprimido estão concentrados em países com culturas tão diversas como em África, cuja performance se centra mais no ritmo, em França, mais focada para a oratória, e na Índia, mais debruçada no movimento e na imagem.

Foi pegando nesta mistura mundial que Augusto Boal lançou em Londres o livro Aesthetics of the Oppressed (A Estética do Oprimido) da editora Routledge. Trata-se da mais recente pesquisa de Augusto Boal e da equipa do CTO-Rio (Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro).

Considera a obra de que o ser humano comum é expansivo, capaz de ir sempre mais além das suas capacidades, e portanto será sempre melhor do que realmente pensa que é, ou seja, é capaz de realizar mais do que realmente faz. Tendo esta ideia por base, pretende-se que os espectactores transcendam a sua condição de actor/personagem para uma contextualização estética de compreensão do mundo. Ou seja, o actor não deve ser apenas uma situação isolada em palco, mas uma personagem que se ambienta e atenta ao mundo actual. Por exemplo, um espectactor enquanto representa uma situação de opressão ou de oprimido deve ter em conta o que leva o opressor a oprimir reconhecendo a opressão enquanto tal, a sua História, as suas ferramentas, os seus métodos, os seus propósitos, as suas consequências e os seus contextos.

Assim, ficamos como constituintes de uma peça de teatro: 1) o actor, o que representa, 2) o director, o que dirige a acção, 3) os figurinos, os que se adequam ao ambiente, 4) o dramaturgo o que escreve a acção e 5) o ser humano o que recria e metaforiza a realidade em imagem.

O objectivo é que o ser humano se descubra e que se aproprie do que originalmente é seu para recriar o real e projectar um futuro.

Para ajudar cada um a descobrir essa potência e a capacidade transformadora, promovem-se actividades artísticas em quatro eixos:

PALAVRA: falada/escrita: os participantes produzem poesias, poemas, reflexões: "o que mais me impressionou" (relato sobre situações que impressionam os participantes no dia a dia) "declaração de identidade" (carta para algum interlocutor - conhecido ou não - com descrição do remetente), artigos, contos, além de textos dos espectáculos;

IMAGEM: actividades de artes plásticas, com produção de desenhos, figuras, criação de esculturas a partir de objectos encontrados; fotografia - análise do mundo que nos cerca e criação de cenas e espectáculos.

SOM: sonoridade: pesquisa sonora, descoberta do potencial da voz, instrumentos - existentes/inventados, música e criação de dança a partir de movimentos da vida quotidiana.

ÉTICA: diálogos/conversação: promoção de encontros com especialistas e promoção de centros de estudos de: filosofia, história, ecologia, economia, política e vida social.

Em jeito de conclusão, podemos dizer que a Estética do Oprimido é uma forma de reconhecimento do contexto mundial com todas as suas variedades culturais postas em teatro, objectivando uma participação, intervenção e compromisso dos espectactores para a transformação, para a mudança, para um mundo melhor.

Pedro Kayak

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Sondagem de Julho

Chegou ao fim mais uma sondagem. Esta sondagem tinha como principal objectivo percebermos qual era a opinião do nosso público quanto ao uso do calão em palco.

Com cerca de 46% dos votos, os visitantes do nosso blog dizem concordar com o uso do calão, mas apenas se a situação o justificar. Também com uma percentagem relativamente elevada de votos (32%), os votantes da sondagem concordam com o uso do calão, sem qualquer restrição. Somando a percentagem destas duas opções percebemos que a grande maioria dos votantes (quase 78%) concordam que se use o calão nos espectáculos, algo que suscitava grandes dúvidas no seio do nosso grupo juvenil. Com pouco mais de 21% dos votos, a opção de nunca usar o calão para facilitar situações de comédia completa as opções do nosso público, uma vez que a rejeição do uso do calão em palco ficou-se pelos 0%. O facto de não termos ninguém a rejeitar o uso do calão seja em que situação for, é um facto positivo, pois além de nos dar mais “armas” para produzir os nossos espectáculos, demonstra também que a mentalidade do nosso público é mais aberta e nem por isso preconceituosa.

Esta sondagem acaba por ser bastante importante para o nosso grupo, uma vez que poderá ter influência directa num futuro próximo relativamente a espectáculos que temos em mente realizar.

A conclusão que eu tiro desta votação é que as pessoas que nos acompanham, são um público mais jovem, sem “medo” do calão, e com a consciência de que por vezes o uso do calão pode ser importante ora para o desenrolar de uma situação, ora para a caracterização de personagens, entre outras coisas. Conseguimos aferir também desta sondagem que teremos ainda de ter atenção ao uso que poderemos vir a fazer dos “palavrões”, uma vez que temos uma certa percentagem de pessoas a opinar pelo não uso do calão para facilitar situações de comédia, e, uma vez que nós queremos agradar ao nosso público em geral e não apenas a certas “percentagens” do mesmo, terá de ser feita por nossa parte uma análise cuidada e bastante cautelosa de como proceder aquando de um possível uso do calão em futuros espectáculos por nós a realizar.

Agradeço a vossa participação em mais uma sondagem, e espero que continuem a participar nas próximas, pois, como neste texto deixei explícito, a vossa decisão pode ser bastante importante para a definição das opções deste grupo.

Pedro Bafo

domingo, 10 de agosto de 2008

"A minha relação com o teatro" - 2ª parte

Deixamos aqui, aos nossos leitores, o final do texto da Matilde, cuja primeira parte foi publicada no dia 27 de Julho.

Esperamos que seja, mais uma vez, do agrado de todos.

Miguel Marado

Continuação de "A minha relação com o teatro":


No final do quarto ano, realizou-se uma festa de despedida para os finalistas. Estava lá a escola em peso. Escolheram-me para apresentadora e eu aceitei porque já tinha feito o mesmo “trabalho” em festas mais pequenas. Mas continuando, a princípio estava uma pilha de nervos, porém, ao fim da 3ª linha já estava mais à vontade e cheguei mesmo a improvisar. Adorei. Adorei ouvir os aplausos, os risos, adorei estar sob o olhar atento do público…

Já aos meus 10 anos, no 5º ano na minha escola, tudo o que era festa eu tinha que participar, tudo o que havia de concursos eu tinha de entrar. O que eu queria era representar, mas a minha professora de português estava convencida de que eu só sabia declamar aqueles poemas. Não eram poemas chatos (penso eu) porque eram escritos por mim. No entanto, eu queria teatro, mas ninguém sabia; só os meus colegas, pois a professora cismava comigo para eu escrever mais e mais e mais.

No 6º ano tive, finalmente, a oportunidade de fazer uma peça do “Rato de Campo e o Rato da Cidade” (em “Área de projecto”) que era um mini musical infantil.

Eu era o “Rato do Campo”, mas quando íamos fazer uma apresentação, o meu colega Rato da Cidade teve a triste sorte de partir um braço. Ora então tivemos que fazer mais um “casting”. Digamos que os participantes não eram os pretendidos… Mas eu ofereci-me só para ver como ficava, e aceitaram-me. O meu professor de “Área de projecto” convidou-me para ir fazer essa mesma peça á escola do filho mais novo dele. Fiquei como quem levou um tiro! O professor levou-me a almoçar e depois fomos a casa dele buscar os acessórios, quando me deparei com o seu cão. Com o meu medo a cães só me apetecia fugir porta fora. Fiquei, pois o professor garantiu-me que o cão não fazia mal. Na verdade era muito meigo. A peça correu muito bem e eu gostei de ter aquele público júnior (do 2º ano) a pedir que o “rato” os cumprimentasse. Estendi uma mão e vi um mar de mãos na minha direcção!

Bem isto é tudo da minha “carreira” até agora.

Ah, é verdade, eu ando no grupo infantil da companhia de teatro Nova Comédia Bracarense e adoro, pois fazemos tudo o que eu mais gosto, representar. E tenho a certeza de que é isso que eu quero fazer para o meu futuro.

Matilde Alves Quintela

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Entrevista à Ana Paula Leite - Actriz do Grupo Sénior NCB



A Ana Paula Leite está com a NCB há alguns anos e é uma das actrizes que se encontra na companhia há mais tempo.

O Pedro Oliveira questionou a Ana no que toca à sua entrada na NCB, à sua personagem e peça favoritas, à sua participação na NCB e mesmo em relação ao Grupo Juvenil e à sua opinião do mesmo.

Um vídeo que nos traz mais um elemento precioso da nossa NCB, numa curta entrevista que segue o nosso hábito de vos trazer vídeos com os nossos membros e resumos de actividades. Já temos 14, com mais de 1500 visualizações!

Não se esqueça de comentar, subscrever os nossos vídeos e votar na nossa recente sondagem do mês de Agosto, aqui ao lado:
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