domingo, 27 de julho de 2008

"A minha relação com o teatro" - 1ª parte

A Matilde Quintela é uma actriz do Grupo Infantil da NCB que recentemente entrou em contacto com o Grupo Juvenil. Tem apenas 11 anos e um interesse profundo pela interpretação.


A Matilde partilhou connosco um texto que publicaremos na nossa página, a primeira parte hoje e a segunda no dia 10 de Agosto. Perante a existência de algum talento na escrita e de muita vontade, decidimos abrir aqui algum espaço para a tal Permuta de Experiências que menciona a Ângela Saraiva no último texto desta página NCB Jovens.


Esperamos que gostem...


Miguel Marado



"A minha relação com o teatro", de Matilde Quintela

Lembro-me que, quando era pequenina, já tinha o gostinho pela representação. Lá nos natais que passei na casa da minha avó, era eu quem se punha em cima das cadeiras e fazia as gracinhas, cantando canções (improvisando daquelas partes que era difícil lembrar) e jogando com os nomes dos meus familiares e amigos. Que bonita era a sonoridade das palavras quando rimavam… Já em casa era igual. Lá no meu quarto via os anúncios da televisão e lembro-me de pegar nos meus bonecos, no “camaramen” e nos “figurinos” e andar por lá imitando aquelas bonitas modelos que sorriam quando cheiravam o perfume ou quando a coloração do cabelo estava bonita…

Quando era pequena (tal como agora) era muito adepta de filmes e, quando o filme acabava, ia para o meu quarto e fazia o mesmo que fazia com os anúncios.

Aprendi a ler aos 4 anos e meio. Tive como ajuda as cassetes da “Rua Sésamo” e os meus bons ouvintes: os peluches: o rato Mickey, a vaca do Buéréré, o “palhacinho”, o Speedy González, entre outros amigos. Vou começar a história pelo início: lá estava eu em cima da minha cama com a minha “trupe” a contar a história da Branca de Neve (contava as histórias descrevendo as imagens e dando relatos do que ouvia) e mal acabei, dei por mim que percebia o que aquela confusão de letras significava. Toda contente fui mostrar aos meus pais. A partir daí comecei a gostar de ler e mascarar-me de personagens dos contos de fadas.

Aos 5 anos, a minha mãe anunciou-me de que iria para a escola. Fui um dos melhores momentos da minha vida! Estava tão ansiosa para aprender a fazer “coisas dos crescidos”. Eu nunca tinha visto a minha escola, mas na minha imaginação já surgia uma imagem: uma escola grande e amarela com um recreio cheio de relva muito verde e uma professora; sim, uma professora nova, alta e magrinha de cabelo loiro e olhos azuis como nos filmes. Tinha chegado o grande dia e dei comigo á porta de um edifício baixinho e acinzentado, muito velhinho; o recreio era de terra batida e ervas daninhas. Fiquei admirada porque aquilo não era nada do que eu tinha imaginado, mas mesmo assim estava ansiosa por começar a trabalhar. Subi as escadas e fui bater á porta de uma sala, a sala dos professores. Abriram a porta, mas lá só estavam velhotas sorridentes, a beberem chá e a comer pãozinho com margarina. Uma professora, uma das mais velhinhas era a minha futura professora.

Como tudo era diferente dos filmes… Não posso dizer que não tenha gostado de estar naquela escola, na verdade gostei muito. Dois anos depois anunciaram que aquela escola deixaria de existir e construiriam uma nova para nós. Depois de a escola nova estar construída parecia-se mais com a escola que existira na minha imaginação.

(continua a 10 de Agosto)

3 comentários:

mena disse...

Matilde, és uma força da natureza! Go girl!

Miguel Marado - NCB disse...

Bom trabalho, Matilde. Esperamos aqui pela continuação do texto até dia 10.

Boas férias para os sortudos que estão nessa situação!

Miguel Marado

Anônimo disse...

Minha Matilde, Táá Altamente a 1º Parte.

Beijiinho