quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Trilogia Hitchcock no Festival

Como já todos sabemos, o nosso Festival da Maioridade traz a palco o nosso trabalho, feito nestes dois anos e meio de mais actividade do Grupo Juvenil da Nova Comédia Bracarense. E porque não mostrar o “catalisador”, o “empurrão” que nos trouxe estes artistas ao palco, revelando as capacidades de alguns que ainda se iniciavam e realçando as já conhecidas de outros? Falo, claro, da “Trilogia Hitchcock”.

A “Trilogia Hitchcock” vem, antes de mais, mostrar que o trabalho do Grupo Juvenil não é só à base de comédia e que os artistas que compunham o grupo no qual me inseri têm uma capacidade também excelente para o suspense. Foi ao ver os meus colegas a preparar esta peça que me deu o “bichinho” para entrar para o teatro. É agora uma peça na qual, com todo o gosto e orgulho, participo na parte técnica. Era e é, por isso peremptório, que essa peça venha a palco neste Festival, pois se este é baseado nos trabalhos do nosso querido Grupo Juvenil, faz todo sentido que a peça que nos despertou e fez despontar asas para voos mais altos tenha o seu lugar especial num palco que comemora mais uma grande conquista da NCB em geral (falo, claro, dos seus 18 anos).

Para aguçar o apetite dos nossos leitores, posso dizer que a “Trilogia Hitchcock” é constituída por três contos convenientemente adaptados para o nosso palco que têm por título (por ordem de apresentação) “As armas carregadas são perigosas”, “Céu como limite” e “Ladrão de jóias”.

O conto “As armas carregadas são perigosas” trata de um casal onde o marido faz colecção de antigas e valiosas moedas e da possível ameaça de ladrões dessas mesmas moedas andarem a “trabalhar” na sua zona, roubando outros coleccionadores e matando-os. A história desenrola-se quando dois indivíduos muito suspeitos batem a porta desse casal, e o desfecho... Bem é preciso manter o suspense, não é?

Quanto “Ao céu como limite”, é um conto que se passa após a morte de um homem que reencontra num suposto paraíso uma amiga que havia morrido há 8 anos. Desvendam, durante uma interessante partida de xadrez, a razão da sua morte e o planear de uma vingança. É um conto com um ritmo mais calmo, mas que também revela algumas surpresas dignas de um bom conto de suspense.

“O ladrão de jóias”, como o próprio titulo indica, trata de um ladrão de jóias que tem uma forma de trabalhar um tanto ou quanto peculiar e se vê surpreendido durante um roubo. Este dá origem a toda a uma panóplia de situações inesperadas e que, cada uma à sua forma, vão sendo resolvidas, sendo que o mistério é, no entanto, também uma constante neste conto.

Em resumo, perspectivam-se fantásticos momentos de teatro, praticados em palco por pessoas que considero grandes actores e que de certeza não vão falhar as expectativas de todos nós, que são mais um serão agradável na companhia da NCB neste Festival. Quem sabe também possa ajudar, e com certeza que o vai fazer, a escolher os nossos votos para os prémios de “Melhor Actor” e “Melhor Actriz”, que são de certeza cobiçados por quem vai a palco representar esta peça.

Posto isto, acho que já dei um “cheirinho” do que vai ser este próximo espectáculo. Resta ver de que forma o Miguel Marado, o Nuno Araújo, a Sara Soares, a Liliana Ribeiro e a Joana Barroso Magalhães vão superar as expectativas desta vez.

Espero ver-vos em breve num auditório perto de nós.

Diogo Ferreira

Um comentário:

Miguel Marado - NCB disse...

Penso que este trabalho teatral é o verdadeiro instrumento de medição do nosso crescimento enquanto grupo, já que tem sempre vindo a evoluir ao nível da representação, da abordagem ao texto, do "confronto" com o público.

De resto esta peça tem a imensa capacidade de ser variada, de fortes momentos e um tema muito raramente abordado em palco.

Mais uma vez e sempre a não perder.

Obrigado, Diogo, por mais este texto.

Abraços,

Miguel Marado