quarta-feira, 9 de abril de 2008

Ponto de vista de um actor sobre a mostra

Quando nos foi apresentada a hipótese de realizarmos esta mostra teatral, a reacção foi a de aceitar no momento, pois quem faz teatro tem de certeza como objectivo levar as peças que ensaia a palco e era exactamente isso que nos propunham: levar todos os trabalhos que realizamos no decorrer dos últimos dois anos a palco.

Apresentava-se perante nós um novo desafio, uma meta, e muito trabalho, certamente. Apresentava-se também no entanto a atractiva hipótese de ganhar um prémio (no meu caso o de Melhor Actor), algo que só ajudava a motivar e a apelar interiormente a que desse o meu melhor enquanto actor e enquanto membro da Nova Comédia Bracarense.

Mas tudo isto já não é novidade, e também não o seria o descrever todas as peças e todo o trabalho que houve em volta delas. Por isso vou escrever uma reflexão, olhando para trás, agora que está concluída a tarefa.

Foi-nos então apresentado um novo palco, o do Centro Cívico de Palmeira, e com ele uma pessoa a quem devemos um sincero agradecimento por toda a paciência e apoio prestados, o Sr. João Gomes. Apresentava-se também um novo trabalho para além dos antigos, a peça “Natal a Se7e”. E, no meio de um clima de “nervoso miudinho”, estreamos nesse novo palco essa nova peça. Estava dado o pontapé de saída para o Festival da Maioridade, as peças foram-se sucedendo de 15 em 15 dias. A pressão de ensaiar em pouco tempo peças todas distintas entre si, a pressão para que organizar tudo para que os lugares da sala estivessem todos ocupados, a pressão de tudo corresse pelo melhor, pressão essa muito aliviada graças ao extenso trabalho do nosso encenador Miguel Marado, que dava muito de si para que tudo corresse por melhor...

Só que estas pressões, este trabalho; a obrigatoriedade de condensar o trabalho em tão pouco tempo; a quantidade de ensaios, etc., levam ao desgaste e, após este desgaste, por momentos passou-me muitas vezes pela cabeça fugir da responsabilidade e sair da companhia. Mas agora que redijo este texto, fico feliz por não o ter feito, feliz por saber o que é a pressão de trabalhar tanto e que a consigo aguentar. Isto leva-me a fazer um balanço positivo deste Festival, pois não só revelamos capacidade para improviso, como para peças com um texto já escrito por trás; não só revelamos veia cómica como apresentamos trabalhos dramáticos e de suspense. E, apesar de não termos sempre aquele profissionalismo que deveríamos, acabamos por cumprir e levar a palco os diversos trabalhos que nos propusemos. Além de tudo isto, acabamos por descobrir novos talentos para a nossa companhia, fruto do workshop levado a cabo pelo grupo. Mesmo a nível de espectadores fiquei muito feliz por ter reparado que conseguimos incutir o espírito ao nosso público de gostar e de ir assistir às nossas peças, quando finalmente tivemos uma “casa cheia” na peça “Sete Maravilhas do Homicídio”.

Agora resta-me esperar por novos desafios, novas oportunidades para subir palco e – espero eu – agradar o público com mais um trabalho para esta companhia.

Depois deste balanço positivo, despeço-me com as devidas saudações aos nossos leitores e querido público, esperando ver-vos em breve noutro nosso trabalho, para que nos ajudem a atingir outra vez o sabor do sucesso, como fizeram durante o nosso Festival.


Diogo Ferreira

2 comentários:

Miguel Marado - NCB disse...

De facto, perfeito não terá sido, mas foi sem dúvida o melhor possível, este Festival...

Mar porque falo no passado!? Neste Sábado temos ainda o nosso último espectáculo, um improviso de registo cómico, como todos sabem. Vai ser de certeza um grande espectáculo, ainda para mais recheado de prémios para os favoritos do nosso público!

Bom texto, Diogo!

Marado

Anônimo disse...

Marado hoje vê se metes piada!!!!!!!