quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Festival do 18º aniversário da Nova Comédia Bracarense

Este ano a Nova Comédia Bracarense faz 18 anos e, para festejar este aniversário, será organizada uma mostra de teatro que terá início no dia 5 de Janeiro, com uma peça de Natal, criada a partir das personagens da peça “Se7e”, e que terminará no 12 de Abril, com um improviso. Nesta mostra serão apresentadas todas as peças feitas, até á data, pelo actual grupo juvenil da NCB. O que torna esta mostra de teatro mais interessante do que qualquer outra (modéstia á parte, bastaria apenas ser feita por nós) será uma votação para eleger os melhores actores do grupo. Os prémios serão divididos em três categorias: Melhor Actor do Festival, Melhor Actriz do Festival, e Melhor Novato do Grupo (a entrega dos prémios terá lugar no dia 12 de Abril, aquando do improviso).

Para os participantes do workshop poderem ser nomeados para o prémio de melhor novato, têm que estar entre os 4 mais assíduos do curso, para além de terem que participar no único espectáculo dos novatos, que será um improviso agendado para o dia 19 de Janeiro. Os possíveis nomeados são: Cati Gonçalves, Rui Lucas, Bruno Boss, Pedro Bafo, Pedro Kayak e Tiago Pintas.

Para os actores do grupo poderem ser nomeados para Melhor Actor ou Actriz do Festival é necessário participar no mínimo em dois espectáculos, participar em todas as actividades do grupo, tais como escrever no blog e estar nos ensaios sempre que possível. Além disto, a direcção do grupo não pode ser nomeada.

Todas estas regras devem-se ao facto de a votação não poder atingir a verdadeira justiça, por factores óbvios. Assim a justiça do resultado final será maior, porque para quem teve esta (a meu ver) magnífica ideia “o verdadeiro vencedor é sempre o actor que está a horas em todos os ensaios, que envia os seus textos sempre a horas e com o cuidado que se pede, que se oferece para facilitar o trabalho de quem está no comando”.

Assim, o objectivo destes prémios é motivar quer o público, quer os elementos do grupo, e premiar as pessoas que de facto contribuem para o melhor funcionamento do grupo. É de salientar que o vencedor é determinado pelo público, através de eleição directa com direito a dois votos, teoricamente: um voto por e-mail para o ncbjovens@gmail.com e voto no nosso blog, em sondagens inseridas para o efeito.

Na minha opinião esta pequena competição é perfeita, no âmbito em que poderá cativar mais pessoas a envolverem-se no Festival para poderem votar no final da mostra, o que levará as pessoas a verem mais peças do nosso grupo; poderá também criar uma competição saudável entre os actores do grupo, o que criará condições propícias para o desenvolvimento das capacidades de cada actor.

No final, saímos todos vencedores: os artistas do grupo, o nosso público, a Nova Comédia Bracarense e o teatro em geral…

Nuno Araújo

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Comentário à última sondagem e Mensagem de Natal do grupo

Tendo a nossa última sondagem (“Quantas peças assistiria no período de um ano?”) produzido os seus resultados, compete-nos analisá-la e interpretá-la para termos uma noção dos hábitos das pessoas, no que respeita à sua assiduidade a peças de teatro no período de um ano.

Identificamos na resposta “Nenhuma ou muito poucas” 13% dos votos (3 pessoas); “Só assistiria se entrasse gente conhecida”, 4 % (1 voto); “4 ou 5”, 21% (5 votos); “Entre 5 a 10”, 4% (1 pessoa); “Entre 10 a 15”, 8% (2 pessoas); a hipótese “Entre 15 a 20” não obteve qualquer voto; “O máximo possível” é a que apresenta maior votação, com 47% dos votos (no total de 11).

No âmbito desta sondagem, constatamos que a maioria dos votantes refere que vai ao teatro o máximo de vezes possível.

Constatamos também que algumas pessoas raramente ou nunca vão ao teatro, sendo que, em pé de igualdade, as pessoas se deslocam para ver peças entre 10 a 15 vezes por ano.

Podemos então, tirar como ilação, que os hábitos dos nossos “visitantes” são diversos e que, se por um lado poucos se dirigem com regularidade ao teatro, outros quantos fazem-no com frequência ou quando lhes é possível.

Com este inquérito denota-se que os votantes não têm, ou pelo menos assim parece, hábitos culturais no que diz respeito ao teatro. Sentimo-nos então na “obrigação” de fazer reavivar esta prática que, para além de lúdica, pode ser também a interpretação e o reflexo de uma sociedade moldada por certos parâmetros de ordem social, económica, política, etc. Só achamos que tal prática é benéfica para o espectador e demais cidadãos e dela só advém pontos positivos.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Imbuídos de um espírito natalício o grupo da Nova Comédia Bracarense espera que este Natal vos traga felicidade e o ânimo para passarem esta quadra da melhor forma possível.

Queremos, portanto, que nesta quadra que se avizinha as diferenças sejam esquecidas, as cores aceites na sua pluralidade, o sentimento exacerbado no seu ponto máximo de positividade.

No Natal o que realmente importa são os sentimentos que brotam no coração de cada um de nós.

Que o teatro contribua, da nossa parte, para o vosso bem-estar, que ele seja a nossa prenda para vocês.

No entanto, queremos também que os vossos desejos e ânsias sejam plenos, que se vos assemelhem e apareçam como que por arte mágica de um menino Jesus ou, quiçá, de um pai natal!

Que a mística do natal permaneça nos vossos anos e natais vindouros, que o próximo ano seja para vós uma constante troca de ternura e a realização de vossos sonhos e desejos.

Creio que esta mensagem que a Nova Comédia Bracarense vos passa é tudo aquilo que vos desejamos!

Não queremos falsos moralismos, queremos sim que as vossas vidas neste natal sejam repletas de tudo, tudo e tudo.

Sara Manuela

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Festival da Maioridade – Mostra teatral do grupo juvenil nos 18 anos da Nova Comédia Bracarense

Como homenagem à nossa futura “cidadã de maior idade”, a Nova Comédia Bracarense (existente desde o ano de 1990), o grupo juvenil da Nova Comédia Bracarense (existente desde 2001, mas com uma actividade mais intensificada desde 2005) vai realizar uma mostra de tudo aquilo que já fez até agora, o Festival da Maioridade.

De 5 de Janeiro a 12 de Abril, de peças a improvisos, nada daquilo que este grupo juvenil já fez irá faltar neste Mostra de Teatro.

Todas as peças que este grupo juvenil fez até hoje serão levadas a palco, incluindo projectos inéditos no que respeita ao público em geral. Ou seja, iremos fazer a nossa primeira peça, Trilogia Hitchcock, e todas as outras peças: “Direitos dos animais”, “Reflexão sobre o aborto”, “Zapaterias”(inédita), “Sete maravilhas do homicídio”(inédita) e também será realizada uma peça, a primeira que estreia a 5 de Janeiro, sobre o natal de sete amigos com muitos mistérios, risos e a amizade que os une acima de tudo, para além dos nossos famosos improvisos.
Teatro de todos os géneros e para todos os gostos: começando pelo suspense de Hitchcock, passando pela comédia e chegando ao drama.

Novos desafios para pessoas mais experimentadas a nível de palco e estreias para os ainda mais “jovens actores” desta nossa companhia, isto é, haverá também lugar nesta mostra para os actores que começam a crescer na nossa companhia, os actores que fazem parte do workshop que está a ser ministrado pelo Miguel Marado (membro do grupo juvenil).

Como esta é uma mostra especial e é uma prendinha do nosso grupo juvenil para o nosso público e também para nós, Nova Comédia Bracarense, decidimos que nesta mostra serão incluídos os prémios de Melhor Actor, Melhor Actriz (que serão premiados pelo desempenho prestado em pelo menos duas peças ou improvisos e também pela colaboração com as actividades do grupo, como sejam participações neste mesmo blog) e também Melhor Novato (membro pertencente ao grupo de actores que participa no workshop anteriormente referido)
É uma oportunidade para todos aqueles que não puderam ir às outras actuações, uma oportunidade de refrescar a memória de todos aqueles que foram ver as nossas peças e também uma nova e conveniente oportunidade de contemplar uma das mais belas artes em todo o seu esplendor, o teatro.

Uma “prendinha” não do senhor de gorro na cabeça e saco às costas, mas de alguém mais novo e feito por gente mais nova como comemoração do 18º aniversário da Nova Comédia Bracarense.

Viva o teatro!



Ângela Saraiva

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Ao teatro? Claro que sim…

Pode ser uma questão de tempo, uma questão de espaço, uma questão de questionar o porque sim ou porque não, uma questão de oportunidade quem sabe, de possível desfasamento entre a oferta e a procura. Ainda não consegui entender se gosto de ir ou não ao teatro.

Como já tem vindo a acontecer, este texto é resultado de uma problemática ou dúvida que me assaltou num momento qualquer. Desta vez, deparei comigo a pensar se, de facto, não ocultando a minha vontade ou desejo com máscaras social e intelectualmente correctas, gosto de ir ao teatro. Gosto do ritual, isso sim, da companhia – na verdade, nunca fui ao teatro sozinha ou com alguém que não aprecie –, do programa pode ser – note-se que não vou ao teatro assim tão assiduamente, o que faz das vezes em que vou programas diferentes do habitual. Agora, se gosto de ir ao teatro?

Na tentativa de, pelo menos em parte, me esclarecer, decidi repescar e centrar-me em experiências passadas de idas ao teatro. Não ajudou. Não ajudou porque, como seria de esperar, recordei aquelas ocasiões em que adorei lá ir, em que a minha percepção do tempo foi totalmente discordante da quantidade real do tempo que lá passei, tempo que, no final, considerei brilhantemente empregue. O argumento, o assunto, a história, interessantíssimos; o elenco, as personagens, suas dinâmicas, fabulosas; os “pormaiores”, que é como quem diz, os cenários, guarda-roupa, luz, som, no ponto. No mínimo, um incrível momento de entretenimento, reflexão e aprendizagem. Decididamente, adoro ir ao teatro. E depois houve aquelas peças que traziam no bolso o aborrecimento, a incompetência, a desilusão. “Não valeu a pena”, pensei. Não percebo quase nada de teatro, mas acho que isso não invalida poder opinar e criticar, positiva ou negativamente. Sei perfeitamente que a dúvida não se encontra no facto de eu gostar ou não de teatro, da arte sei que gosto, porque me interessa, me cativa. A questão é se gosto ou não de ver teatro, isto é, em que é que penso quando tenho de responder a um convite para lá ir, por exemplo. Será que a quantidade reduzida de vezes que assisto a teatro se deve ao tempo que é empregue, ao espaço no qual acontece, a uma simples questão de oportunidade? Sinto, sinceramente, pelo menos no que diz respeito ao nosso país, que existe uma sede enorme de cultura, o tal desfasamento supracitado. A ignorância, como alguns lhe chamam, a carência de educação cultural, prefiro, é um ciclo vicioso. Logo, como o povo é inculto, não é necessário investimento na área; como há pouco investimento, a todos os níveis, não é dada sequer a hipótese ao povo de experimentar, de descobrir que gosta, de se cultivar.

Foi o encarar com leviandade de algumas encenações que me conduziu a este pequeno delírio de, às páginas tantas, não compreender, intimamente, se gosto ou não de ir ao teatro. Porque acredito no bom teatro que se pratica em Portugal, no geral, na Nova Comédia Bracarense, em particular, convido-me a mim mesma e a todos a ir ao teatro. Porque o conceito de bom só existe por oposição ao de mau, vamos motivar-nos…e cultivar-nos. Ao teatro? Claro que sim…com certeza…


Joana Raquel Antunes