terça-feira, 26 de junho de 2007

Improviso

O improviso é uma das técnicas do teatro que exige mais concentração e imaginação de um
actor.

Quando se faz improviso podemos ser qualquer personagem, somos nós que definimos a
nossa personagem, e depois é só dar largas à nossa imaginação.

O improviso é o estado mais puro do teatro, acho que para além de exigir muito do actor
também mostra ao público como este se sente à vontade no palco, ou não. Com o improviso
ganhamos mais confiança nas nossas capacidades, torna-se muito mais fácil enfrentar as nossas
estreias e os medos de errar ou esquecer os textos, basta improvisar de maneira a que o público
não note que aquela fala não faz parte da peça e ajuda a manter a calma em cima do palco. Pode- se dizer que estamos prontos para tudo!

Poucos são os actores que fazem improviso, mas nós, na NCB, aceitamos o desafio e saímos
vencedores, temos mais experiência e mais confiança nos nossos trabalhos, sejam peças, no
sentido clássico, ou improvisos.

Já nos deslocámos a escolas como a de Prado e Arcos de Valdevez e conquistamos o público com
o nosso “simples” improviso, conseguimos manter a confiança de tal modo que muitos eram os
que achavam que era ensaiado, tal era o nosso à-vontade.

A vida de um actor tem que ser cheia de novas experiências, para enriquecer a nossa
formação, para ganhar, às vezes, mais confiança, e para vermos até onde conseguimos ir com a
nossa imaginação e até que ponto conseguimos desenvolver uma personagem ali em palco, na
hora, sem pensar, muito simplesmente seguindo a nossa imaginação.

A confiança no nosso grupo de teatro é fundamental nestas alturas, porque sabemos sempre que temos alguém do nosso lado para nos ajudar nos momentos difíceis, que também acontecem no palco. Este grupo já superou muitas provas e vai continuar a superar e a ultrapassar todos os desafios que lhe forem propostos.



Liliana Ribeiro

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Zapaterias

Brilhante…
Assim considero a nossa primeira ida a palco no dia 12 de Junho, com esta peça, protagonizada por cinco elementos (eu, Diogo, Marado, Daniel, Liliana) do grupo jovens da Nova Comédia Bracarense.
Zapatarias, retrata e critica, em jeito de comédia, tendo como base da representação o improviso, o que de mau pode ser encontrado no nosso comércio a nível de sapatarias, em relação á ignorância daqueles que trabalham no ramo, ao saberem falar muito mal ou até mesmo nada, das línguas mais utilizadas em todo mundo, o inglês, espanhol e o francês.
Esta peça foi preparada em cerca de 2 meses aproximadamente, esses que foram hilariantes, durante toda a sua preparação...
Diogo, o nosso empregado da sapataria, que caracteriza o verdadeiro ignorante nos três tipos de línguas, de todas as personagens esta era a que focava o verdadeiro problema, vindo na segunda parte da peça a crescer, a nível profissional, depois de frequentar um curso de línguas, acabando por dar o exemplo de como podemos mudar a nossa maneira de estar, para ser um bom profissional. Liliana, a dona da sapataria, esta mulher que sofria de uma anorexia intelectual, mas muito exigente com os seus funcionários, obrigando o seu funcionário a inscreve-se, num curso de línguas para poder continuar a trabalhar na sua loja. Marado e Daniel, deram a vida aos clientes da sapataria, de nacionalidades Inglesa, Espanhola, e Francesa. Cada um com uma personalidade própria, desde o turista, ao empresário, um actor de filmes pornográficos etc. Eu, era a voz consciência, que tentava alertar o empregado dos erros que cometia com os clientes, e traduzia para o público o que os vários clientes iam falando. É que este mesmo vem depois na segunda parte da peça, a cometer alguns erros quanto à tradução, levando o empregado a corrigir a própria consciência, o que levou a grandes momentos de comédia.
Isto é um pequeno resumo da Zapatarias, e se acham que pode ser divertido o que acabei de descrever, não podem imaginar o gozo que deu para nós actores fazer esta peça, foram momentos únicos, muita vontade de rir até mesmo das nossas próprias figuras naquele palco, foi a volta de 1hora e 30min que pisamos aquele palco, superamo-nos a nós mesmos, a quem estava a assistir e a quem nos pediu para realizarmos esta peça, a Associação Comercial de Braga.
A eles também fica o nosso agradecimento por terem feito este convite, para sermos nós, através da arte, a chamar atenção que há coisas a mudar no nosso comércio.



Mário Coelho.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sem título, mas com alegria...

Não me lembro, não recordo, o dia, a hora, o momento, o contexto e a situação, concreta, específica, a conversa…Mas soube bem, a proposta, o convite, o desafio. Um amigo, o meu amigo, destrancando a pequena janela e correndo ligeiramente a cortina, comunicou. E eu ouvi, motivada, a proposta, o convite, o desafio, e alinhei, com expectativas moderadas. Depois essa janela cresceu, mas as janelas crescem? Então foi a cortina que se foi abrindo cada vez mais, a paisagem que foi mudando. Com o tempo, sem dar pelo seu passar, a vista tornava-se cada vez mais interessante, mais sedutora, atractiva. O horizonte já não estava ali, a dois passos, parecia agora mais longe e difícil de alcançar, e as expectativas cresceram. Uma palavra: aprendizagem!

Com os textos, com os finais de tarde de sexta e com os domingos à tarde, com os materiais, com as luzes e com a música, mas principalmente com os outros, com vocês, aprendi. Também conheci, o que se calhar já conhecia e não sabia, ou o que pensava saber e afinal não conhecia. Uma outra faceta, muitos outros eus e, no fundo, a mim mesma. Outras pessoas, pessoas diferentes, pessoas iguais. Reais ou construídas, genuínas, trabalhadas. Complicado? Contraditório? Simples, a simplicidade da indefinição, do momento, emoção.

Querido palco, no que a ti diz respeito faltam-me as palavras. Esta nossa longa e dicotómica relação que provoca em mim as mais ambivalentes sensações. Por vezes penso se te quero. Nunca me desiludiste, mas ainda me angustias. As experiências passadas não me aliviam, responsabilizam-me. Já não sei se posso separar as nossas vidas, não quero. Os momentos antes foram-se tornando mais tranquilos, mas o encontro…Lá dentro, o coração, a respiração, bem como este desabafo, breve, cortado, ritmado. Amo-te, porque me permites e obrigas a deixar de ser eu, mesmo continuando a sê-lo. Um dia, teatro!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

"Primeira vez"

Costuma haver uma primeira vez para tudo... Aquela primeira vez que nos traz receios, anseios, nervosismo, expectativas, sonhos, dúvidas, angústias, etc. Eu tive essa minha primeira vez... A primeira vez em que subi a um palco! Senti o coração disparar, o medo a apoderar-se de mim, o receio de falhar.
Não foi fácil e continua a não sê-lo. Temos vindo a traçar um percurso todos juntos, fazemo-lo de "carrinha mágica" porque o nosso grupo é magia! Desde Hitchcock a Marado, passando pelo improviso. Experiências positivas. Umas mais felizes, outras um pouco mais acidentadas. E já vão quase 2 anos desde que nos juntamos, tendo uns saído e outros entrado! Hoje posso dizer que é um grupo perfeito! Por vezes há frustrações, as coisas nem sempre são fáceis.
Decorar.... pá, é chato! Improvisar... stressante! Subir ao palco? Uma adrenalina tamanha que vai acabar por me fulminar com um ataque cardíaco.
Bem... afinal o que tem o teatro de bom? Nem sequer me perguntem isso! Nunca pensei fazê-lo. Mas sem dúvida que o ambiente que se vive é do melhor, as pessoas são fantásticas! O teatro, para mim, acaba por ser uma evasão do mundo, de tudo aquilo que nos rodeia e que nos chateia! É o libertar de inspirações, de criações, de imaginações, de tudo aquilo que podemos expressar estando entre amigos! É levar a palco a concretização de projectos, esperando ter a aceitação do público. E, mesmo que tal não aconteça, é olharmos para o lado e notarmos um olhar de confiança, de amizade, que nos diz que se desta não correu bem, a próxima correrá, porque funcionamos enquanto grupo, união, e só assim se justifica este grupo da NCB, só assim ele tem razão de ser!
Depois surge o medo de errar. O medo de não corresponder às expectativas dos outros, de não estar ao nível daquilo que esperam de nós. Acho que aspiramos todos em fazer vingar os nossos projectos! Queremos que o nosso grupo cresça forte, espadaúdo, loirinho… Acima de tudo, e acho que a opinião será geral, queremos que o nosso encenador se orgulhe de nós! E tenho dito!
Joana Barroso- NCB

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Nova Comédia Bracarense, desde 1990

O teatro é dedicar os nossos tempos livres e, ainda mais, as nossas vidas! É suar e chorar, mas sobretudo relaxar e rir. É trabalhar no duro e desesperar pelas plateias que não enchem sempre, mas também regozijar-nos com os sucessos e o aplauso do público. O teatro somos nós e és tu… O teatro é sentir as empatias, as simpatias, as azias, as manias. É esperar por ti, é decorar textos, é improvisar, é estar triste porque sim e porque a verdade e a criatividade levam a isso. E é estar muito contente. É família e amigos, é gostar de ti, é ser jovem e é sentir-me velho quando não sou. Não sei o que é o teatro… Sei o que é a Nova Comédia Bracarense. É Teatro! Sei o que é essa gente que trabalha comigo, encenador, e como gosto deles, e de lhes falar do cimo do palco ou da plateia, sentado. De os ouvir divertir-se, criticar, festejar, vacilar. Sei sentir o que é ouvir música com eles, sei sentir-me e sentir a personagem, a inspiração, a tal empatia que persigo. Gosto deles, a sério! Por isso te convido, por isso existe este blog, e este texto, e esta vontade!

Este blog vai estar aqui, vai descrever o nosso caminho, vai apelar à tua presença, à tua opinião. A vontade de nos ver não chega, tens de sair de casa e ir, tens de vir. Agrada-me dizer-te que não te desagradaremos. Nós temos qualidade. Eles são óptimos. A Lili, a Joana, a Ângela, o Nuno, a Nela, o Mário, o Diogo, o Dani, e eu, o Marado, somos bons e adoramos o palco, e a rua, e a sala, e qualquer espaço onde possamos levar o teatro até ti.

Pensei em pensar, ao escrever este texto, mas senti que devia sentir. E escrevi, e convidei, e continuo a achar que a cultura e o entretenimento que somos capazes de produzir são de qualidade invejável. O grupo juvenil da Nova Comédia Bracarense está, como a Companhia de Teatro de Amadores em geral, para ficar. Queremos marcar a nossa posição, achamos que podemos crescer, em todos os aspectos. Queremos ser os melhores para ti, amigo, familiar, desconhecido, membro do público.

Neste blog opina, comenta, fica conhecedor e torna-te nosso fã, porque queremos não a fama e o capital, mas a pureza da arte, da comédia, da juventude, e partilhar tudo contigo.

- Nova Comédia Bracarense -
Grupo Juvenil NCB, desde 2001


Miguel Marado