quarta-feira, 5 de março de 2008

Drama

A Nova Comédia Bracarense tem todo o gosto da vossa presença para o espectáculo de improviso que se vai realizar no dia 15 de Março, no Centro Cívico de Palmeira. Esta peça insere-se no Festival da Maioridade da Nova Comédia Bracarense, que tenta primar pela originalidade dos seus espectáculos e explorar os diversos estilos teatrais. Este espectáculo abordará uma temática de carácter dramático, sendo mais uma amostra do trabalho dos actores.

A palavra drama em senso comum significa um acontecimento ou uma situação de grande intensidade emocional. Todavia, em sentido literário, drama configura um texto destinado a representação, independentemente do seu carácter de tragédia, de farsa, etc. Assim, falar do género dramático é falar do género teatral.
O teatro tem, normalmente como ponto de partida um texto, mas neste caso trata-se de um improviso. A relação com o público não se dá através de um texto mas sim através dos diversos avanços que forem sendo registados, procurando o artista deixar-se levar pela criação da mesma.
A arte do drama só adquire vida ao se corporizar numa encenação. Os actores emprestam à actuação, a presença física, os gestos, o olhar e a voz, comunicando ao publico os personagens que estão a representar.

Na minha opinião, o género dramático assemelha-se-me mais confortável, mais fácil, uma vez que me sinto mais confiante e torna-se mais imediato para mim dar continuação à acção que está a ser desenvolvida, pois não preciso ter queda para a comédia.
Este improviso dramático assentará em construções momentâneas, esporádicas e demonstradoras de uma divagação de realidades não de tom cómico, mas a exploração de sentimentos mais direccionados para as vivências, experiências, passagens e momentos que poderão apelar ao sentido mais humano, mais verdadeiro e mais real das vicissitudes do quotidiano.

O improviso dramático será uma nova área explorada pelos actores da NCB, que pretenderá cativar o espectador, envolvê-lo por momentos de um exacerbado apelo ao canto mais profundo dos nossos seres, demonstrar que há muito por explorar, muito por fazer e muito do que vos presentear. Porque a vida não tem só registos cómicos, porque momentos dramáticos assolam a qualquer hora quando menos se espera, porque as fases da vida são dicotómicas (alegria, tristeza), porque a vida é um momento curto, mas no qual há passagens longas e nem sempre felizes.
O nosso objectivo não é fazer relembrar isso, é sim e tão só, sermos capazes de pisar “solos” menos pisados, é demonstrar que o teatro é arte, que o teatro pode ser aquilo que queremos, é a demonstração do “eu” que se pode reflectir no vocês.
Por isto e muito mais, acho que vale a pena assistir a este novo desafio.

Sara Soares

Um comentário:

Miguel Marado - NCB disse...

Do que já ensaiamos, posso dizer que este espectáculo tem o potencial de ser o melhor deste Festival, pela qualidade que trará se bem executado.

E estamos a trabalhar para que seja, de facto, muito bem executado.

Gostaria que tivéssemos mais tempo, mas vamos esperar que o empirismo acumulado (que não é assim tanta...) dê para as despesas.

Uma boa experiência que vai enriquecer artistas e público. Talvez nos chamem experimentalistas da treta, mas ficar parado a pasmar na nossa própria ignorância talvez fosse pior. A quem couber a carapuça, portanto...

Marado