terça-feira, 31 de março de 2009

Realização!

Realização:

Assim podemos definir o novo projecto do grupo juvenil da Nova Comédia Bracarense. A realização pessoal do nosso encenador e a dos actores que por ele têm sido “comandados”. Quase que uma tarefa hercúlea, pois é a primeira vez que o Grupo Juvenil apresenta uma peça escrita na íntegra pelo nosso encenador Miguel Marado. A peça “A Divisão” tornou-se um desafio e um projecto ambicioso para todos os que fazem parte desta Companhia de Teatro de amadores.

Escrevo estas palavras com o intuito de parabenizar o trabalho levado a cabo pelo Miguel Marado, que julgo estar a concretizar e a firmar o seu nome na história desta companhia, que conta com quase dezanove anos de existência.

Ao longo deste tempo muito se tem vindo a fazer, os desafios tornam-se cada vez mais aliciantes, os projectos diversificam-se e há uma nova série de temáticas que julgamos serem necessárias para uma consciencialização de todos. O teatro, para além de lúdico, adquire também uma vertente informativa, de crítica, um espaço de debate, onde na sociedade actual se tornam prementes tais características. O teatro deixou de ser exclusivamente a comédia, a farsa, o drama, etc., para passar a ser um espaço também de difusão de opiniões, realidades e exorcismos dos dia-a-dias apressados.

Dou também os parabéns ao grupo pelo seu esforço e desempenho nesta peça. Uma meta foi atingida, uma fasquia elevou-se. Um sentido de dever cumprido e uma satisfação por parte de todos. Os meses de trabalho de texto, os ensaios, os stresses inerentes à encenação de uma peça, culminaram numa parceria e entreajuda que tornou possível a estreia da mesma.

A Nova Comédia Bracarense já nos tem vindo a habituar, a nós actores e a todos os quantos assistem às nossas peças, a projectos diversificados. Este novo projecto vem sem dúvida marcar o Grupo Juvenil que se tem vindo a esmerar para que o público saia satisfeito de cada etapa que tem vindo a percorrer connosco. É o espírito “indomável” deste grupo que dá azo a que queiramos sempre conseguir e atingir novos marcos.

Resta-me desejar boa sorte a todos, resta-me a ânsia de que o teatro continue a preencher os vazios da vida, a dar ensejo a todos os quantos encaram esta forma de arte, não já como uma arte menor, mas como uma arte que tem tendência a consolidar o seu lugar, e não o desprezo desta forma de cultura com acesso a todos e para todos.


Joana Barroso Magalhães

2 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo Joana! Sem dúvida que foi preciso muito trabalho e dedicação por parte do grupo para a REALIZAÇÃO desta peça. Principalmente pela sua complexidade e necessária ginástica mental. Quero aproveitar para dar os parabens a todos os actores/actrizes pelo seu desempenho. Também ao Marado que conseguiu, penso eu, dar azo a um projecto pouco comum a este nivel.
Não tive a possibilidade de ver a peça na íntegra por ter de me ocupar com outras tarefas indispensáveis. Mas assisti à grande parte. Espero para a próxima poder assistir do inicio ao fim.
Em relação ao teu texto, concordo totalmente com a possibilidade do teatro buscar novos horizontes de abordagem e não ser um mero repositor de esquemas narrativos de qualquer género pré-concebido.

João Gomes

Miguel Marado - NCB disse...

Enquanto encenador e responsável pela coordenação da produção desta peça, gostaria de agradecer a algumas pessoas, tal como fiz no final do espectáculo, mas acrescentando alguns nomes:
todos os meus artistas e os seus pais, pelo esforço devotado e sacrifícios que fizeram pela peça;
Liliana Ribeiro, que além de actuar na peça e se dedicar sempre aos ensaios, ajudou muito nos momentos mais aborrecidos de encontrar roupas, adereços, cenário, maquilhagem;
Ana Miguel Marado, que também ajudou nestas ocasiões, além de entrar já tardiamente na preparação da peça, fazendo esquecer outras situações e lembrando que só faz falta quem cá está;
Carlos Barbosa, pela ajuda indispensável no que toca ao cenário e ao desenho de luz, além do habitual apoio de coordenação entre os esforços gerais da NCB;
Diamantino Esperança, que voltou a contribuir com o trabalho de bar, além das importantes e permanentes palavras de incentivo a mim e ao grupo;
Miguel e Fátima Araújo, sem os quais não teríamos registado as imagens desta peça, que serão importantes para melhorarmos;
Junta de Freguesia de Palmeira, que nos fornece um espaço que, não sendo perfeito, nos permite trabalhar com as condições necessárias;
João Gomes, que comentou acima, pelo apoio ao grupo, pelo auxílio nos dias de espectáculo e pela disponibilidade para ajudar nas várias situações antes disso, além de ser, para muitos de nós, a "cara" do Centro Cívico de Palmeira e um grande amigo da NCB;
finalmente, ao público, que esteve presente apesar de outros "valores" terem afastado outros tantos, evitando a casa cheia que preferíamos e merecíamos.

Resta-me deixar a palavra ORGULHO para complementar o título deste texto. Parabéns, mas nada de euforia. Felizmente, temos muitos objectivos a realizar. Temos muito trabalho pela frente. Descansamos na tumba.

Miguel Marado