Sondagem de Abril

É no rescaldo do tão exigente, mas produtivo, Festival da Maioridade da Nova Comédia Bracarense, que escrevo o meu primeiro texto neste blog.
O Festival da Maioridade da NCB foi recheado de espectáculos, que resultaram dum grande trabalho e muito esforço de todos os intervenientes, tanto de actores, como do encenador, ou de todo o resto do “staff” que nos ajudou nas mais variadas tarefas. Sendo portanto claro que para nós qualquer um dos espectáculos tem a mesma dose de dedicação, há sempre aquele que mais nos marcou, e que mais nos empolgou, tanto a assistir como a representar.
Para o nosso público o preferido foi o espectáculo "As sete maravilhas do homicídio", peça repleta de um perspicaz humor negro, que cativou o nosso publico recebendo 33,33% dos votos. Este resultado reflecte uma maior apetência do público para a comédia em detrimento do drama.
Em segundo lugar ficou a excelente comédia multilingue "Zapaterias", representação que retrata a importância que os cursos de línguas têm no comércio hoje em dia, que colheu 20% dos votos.
Com 13,33% dos votos ficou o improviso dos novos artistas, que premiou o final do workshop realizado pela nova fornada de talentos no qual eu me incluo. Com o mesmo número de votos ficou o primeiro espectáculo "Natal a se7e", que retrata as aventuras e desventuras dum grupo de amigos durante as suas férias natalícias.
A nossa “Trilogia Hitchcock” repleta dum suspense característico das obras de Hitchcock, colheu 6,67% dos votos. Com o mesmo número de votos ficou o espectáculo duplo "Direitos dos animais" e "Reflexão sobre o aborto", duas peças que têm como objectivo sensibilizar o público para esses temas, na primeira peça um bocado mais a brincar, na segunda duma forma madura e séria.
Como não há duas sem três, com o mesmo número de votos ficou o nosso improviso dramático: tal como o nome indica, é improviso puro, mas direccionado para o drama e suspense.
Esta sondagem mostra o que realmente tem maior interesse para o nosso público que, como é possível verificar, dá maior relevância à comédia: talvez por hoje em dia haver cada vez menos comédia no mundo social, o público refugia-se no teatro, como se de um escape se tratasse. Embora seja relegado um pouco mais para segundo plano, os trabalhos de drama, têm também um grande valor, e são fruto de um grande trabalho, e esperamos que noutra sondagem o drama seja mais valorizado.

Bruno Boss