quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Mais uma voltinha, mais uma viagem!

Arte - (substantivo feminino) - A admiração e a realização plástica do Belo e de forma. As regras e preceitos que ensinam a executar com perfeição alguma coisa. Execução prática de uma ideia. Ofício, profissão, indústria. Astúcia, habilidade, jeito, maneira (Machado, 2000).

Teatro - (substantivo masculino) - Edifício onde se representam obras dramáticas, onde se fazem espectáculos. Casa ou edifício apropriado para representações dramáticas ou outros espectáculos. Profissão de actor ou de actriz. Arte de representar. Ilusão. Aparência. Lugar onde se deu algum acontecimento narrável (Machado, 2000).

“Mais uma voltinha, mais uma viagem!” foi a tal expressão que me ocorreu no momento em que li o e-mail que o Diogo me enviou no qual me pedia para escrever mais um texto para este prezado blog. Blog este que, tentando ser uma homenagem constante à arte teatral, já vos murmurou assuntos diversos, vos apresentou uma panóplia de temas distintos, vos confrontou com uma série de questões diferentes relacionadas com esta mesma arte. Assim, esta minha nova viagem, pensava eu, teria como obstáculo primordial a escolha da temática a abordar, para que fosse possível prosseguir com este objectivo colectivo de celebrar a arte teatral, em geral, o nosso blog, em particular. Enganei-me. Afinal, ao contrário do que cheguei a pensar, a selecção do assunto deste texto, desta minha “voltinha” por cá, não foi, de todo, árdua. Explico-me…

Já dei por mim a pensar, bastantes vezes, fruto da observação pessoal de diversos contextos e situações quotidianas, na diversidade de opiniões que surgem relativas a outra enorme quantidade de assuntos diferentes. Ok, mau sinal seria se tivessem entendido a minha ideia apenas com esta primeira frase. Aqui estou eu a tentar despertar, uma vez mais, a vossa curiosidade e espírito crítico. A questão que ponho, então, nessas mesmas “bastantes vezes” acima referidas, centra-se em torno de: “Será que quando discutimos e/ou opinamos sobre um tema sabemos, na essência, do que estamos a falar?”. Refiro-me aqui, se preferirem, a definições, noções e conceitos. É do conhecimento geral que o pensamento e a linguagem são indissociáveis e dependentes de conceitos. No entanto, em questões, na minha opinião, mais abstractas ou complexas, tenho frequentemente a percepção de que todos nós argumentamos, banalizamos críticas ou opiniões, sem assumir preocupação pelo que, de facto, define determinado constructo. É evidente que não há, na maioria dos casos, uma definição única e consensual de todas as coisas que existem. Contudo, por momentos, pareceu-me importante - ou, no mínimo, interessante – “materializar”, de alguma forma, esta ideia e, por esta razão, deixo-vos aqui duas definições com as quais simpatizei, apenas para que possamos reflectir, aquando da leitura dos outros textos, em alguns conceitos.

Quem sabe se esta viagem não é mais do que um facilitar de uma próxima, quem sabe se não ficará para uma outra voltinha uma tentativa crítica a estes mesmos conceitos…

2 comentários:

Miguel Marado - NCB disse...

Não gosto das definições, como já comuniquei à autora. Acho-as manifestamente insuficientes para consumo industrial. O que isto significa é que para trazer por casa estão bem, mas não chegam onde eu gostaria.

No entanto, aplaudo o facto de me porem a pensar no assunto, de me porem a considerar essas mesmas definições.

Parabéns! Quando escrevemos um texto que à partida surte o efeito desejado, não há grande lugar para crítica.

Miguel Marado

Diogo Ferreira disse...

Eu reafirmo que gosto muito dos textos da Joana, pois pensar é aquilo que realmente nos distingue... E a Joana consegue isso, fazer-me pensar.

E espero que de cada vez que recebas um e-mail semelhante meu continues a corresponder com este tipo de obras de arte.

Beijo

Diogo Ferreira