terça-feira, 28 de julho de 2009

www.NCB-teatro.com - Um convite


Ser activo, empreendedor, comunicativo, interactivo, adepto da evolução, do progresso, da actualização e da aprendizagem, cultivando-se a si próprio, contrapondo a estagnação, o desinteresse, algumas perigosas visões conservadoras (por serem óptimas candidatas à ascensão a retrógradas), são algumas das qualidades que, pessoalmente, mais aprecio. Como me solicitaram a escrita deste texto, mesmo que não se identifiquem com a ideia, façam o favor de me seguirem...


Fui surpreendida, na passada semana, pela boa nova de que a nossa NCB tem uma nova casa virtual. No universo que é a Internet, o World Wide Web (em português, Rede de Alcance Mundial), tenho, hoje, aqui e agora, o prazer de vos convidar a visitar a nossa casa nova. Visualizem um convite comum, palpável, num papel com gramagem 120 e com a dimensão de um flyer também ele vulgar; de um lado, a data do evento, do outro, o croquis (provavelmente realizado com a preciosa ajuda do GoogleMaps, só para atestar a importância das ferramentas online na actualidade). Agora imaginem que a nossa festa não tem dia nem hora marcados, ou melhor, imaginem que pode acontecer todos os dias e a todas as horas, quando vos for mais conveniente. É esse o convite que vos faço, hoje, aqui e agora. A morada (no sentido livre e literal do termo, neste caso) é www.NCB-teatro.com e é com admiração pelo grupo e com algum orgulho, confesso (quem não gosta de ter uma casa nova, principalmente não tendo de executar a árdua tarefa das mudanças?), que vos mostro a porta, o hall de entrada, nesta primeira imagem. Uma das principais divisórias/espaços interiores: a agenda, figura, na segunda imagem. Para que serve isto? Espero eu que para cumprir o objectivo primordial de qualquer convite – que apareçam! Porque, como tentei transparecer, na minha modesta opinião, a construção desta nova casa não tem, à partida, qualquer aspecto negativo (nem pagamos as deslocações, vejam lá!). Assim sendo, fruto do desenvolvimento da NCB (em sintonia com o primeiro parágrafo escrito), é com muito boa disposição, sonhando que venha a conquistar um Alcance Mundial, que afirmo, hoje, aqui e agora: BEM-VINDOS À NOSSA NOVA CASA!

Joana Raquel Antunes

terça-feira, 21 de julho de 2009

Entrevista a Miguel Araújo - criador da página oficial www.NCB-teatro.com



O Miguel Araújo construiu há cerca de 2 meses a nova página oficial da Nova Comédia Bracarense, além de ser membro dos orgãos sociais e actor da nossa Companhia, já há alguns anos. Recentemente, tem também colaborado para a filmagem dos nossos vídeos em HD, para este blog.

Entrevistado pelo Bruno Boss, este artista falou-nos desta nova página, dos seus objectivos, das suas características, das exigências e premência da sua criação, do seu público-alvo, etc.; fez também uma breve apreciação deste blog.

Veja o 27º vídeo do Canal YouTube NCB, novamente em HD.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Se pudesses ter um mentor, quem seria?

Confesso que escrever o texto que se segue não foi a tarefa mais fácil com que me deparei. A página branca e o cursor intermitente assustaram-me, ao passo que me desafiavam, durante aproximadamente uma hora. Nessa hora, reli textos de colegas e amigos, pensei em tudo o que o teatro foi para mim enquanto espectadora e reflecti no que com ele cresci no meu pequeno percurso enquanto actriz. No final dessa hora a página permanecia branca e o cursor continuava na sua brincadeira despreocupada, aparecendo e desaparecendo, quase como que marcando o ritmo dos meus pensamentos e da minha indecisão relativamente ao que escrever.

O teatro tem vindo a ser uma constante na minha vida há já alguns anos. Nove, talvez. Segui sempre de perto o percurso daquele que introduziu o teatro na minha vida, o meu irmão, Miguel Marado. Desde peças na escola básica, às produções da escola secundária, até ao árduo trabalho na Nova Comédia Bracarense, inicialmente enquanto actor, mais tarde como encenador. Durante anos sentei-me na plateia, nas primeiras filas, tentando não perder o meu lugar de fã número 1 da pessoa que sempre me inspirou a crescer. Fui sonhando, fui vibrando. Cheguei até a imaginar que não era a Ana Miguel sentada naquela cadeira desconfortável, mas antes que podia ser o que quisesse, podia levantar-me e ser cantora, médica, boa amiga e até uma dama rica, como aquelas que via pisarem o palco. Assisti à transformação das pessoas que conhecia, familiares e amigos, em pessoas totalmente diferentes, encarnando personagens mirabolantes, sendo livres dentro delas para as fazer crescer, transformar, suceder nos desafios que se lhes deparavam ao longo do desenrolar da trama. Sonhava em silêncio poder ser uma dessas pessoas, ter a oportunidade de subir a um palco e encarnar uma personagem e amadurecê-la, amadurecendo com ela. O silêncio, esse, era provocado pela vergonha, pelo medo de falhar, por falta de confiança em mim mesma e acima de tudo, por medo de desiludir o maior amante de teatro de amadores que alguma vez conheci, o meu irmão.

Então, recentemente, um convite pôs fim ao meu silêncio e abriu as asas do meu sonho, permitindo que este voasse. Foi-me dirigido um convite para integrar o elenco da mais recente produção do grupo, “A Divisão”. O medo assolou-me o espírito e acompanhou-me na leitura da obra, cujo enredo me prendeu e conquistou à partida. Iniciei uma análise da personagem que deveria trabalhar e desde logo me identifiquei com ela, a Paula, sobrinha de Jonas Montenegro, jovem simples com uma enorme força e responsabilidade. A decisão de finalmente abraçar, após todos estes anos de espera, um projecto teatral chegou como resultado a uma frase que ainda hoje é fonte da força que me permite continuar um árduo trabalho – “Se não te achasse capaz, não te convidava.”. Estas palavras proferidas pelo nosso encenador entoaram na minha cabeça nos breves segundos que o meu cérebro levou a produzir a mera afirmação “Sim, aceito.”, que veio mudar a minha vida.

Hoje, após meses de ensaio, nervosismo de decorar texto, dificuldade em compreender a personagem em todas as suas particularidades e características, ansiedade da estreia, e ansiedade acrescida de voltar a levar a palco uma produção que, humildemente digo, teve um sucesso satisfatório na estreia, agradeço a todos os meus colegas que comigo pisaram o palco (Liliana, Boss, Bafo, Lucas, Joana, Nela, Nuno e Pintas), a todos os amigos que me apoiaram com as suas palavras de força e a sua presença no momento da grande estreia, mas agradeço acima de tudo ao meu encenador, irmão e amigo, Miguel Marado, por ser um exemplo, tanto na vida como no percurso teatral.

E citando-o, na primeira publicação deste nosso cantinho, “Pensei em pensar, ao escrever este texto, mas senti que devia sentir”, despeço-me agradecendo por lerem mais um desabafo, porque, afinal de contas, não podemos separar emoções da arte de representar.


Ana Miguel Marado

terça-feira, 7 de julho de 2009

Resultados e discussão da sondagem do mês de Junho

Após ter recentemente escrito outros dois textos, após um ano de interregno, tenho um terceiro e último, até que seja novamente ultrapassado o meu “record” de textos escritos nesta página. Não me agrada pessoalmente esse protagonismo, símbolo de falhas de profissionalismo e ética de outros, e de excesso de disponibilidade minha.

Volto a escrever por ser da minha autoria a sondagem passada, na qual considerei ser relevante rever o interesse dos visitantes pelos diferentes conteúdos aqui apresentados. Para mim, um aniversário ou qualquer outra marca de relevo é uma boa oportunidade para rever conceitos e objectivos, de forma a melhorar sempre. É o que julgo ser profissional e eticamente perfeito. Assim, perguntei aos visitantes que preferência têm dentro da variedade de posts publicados no nosso blog NCBjovens.

Os resultados foram, na minha perspectiva, surpreendentes, e não correspondem à “hipótese” que tinha ao partir para a redacção da sondagem. Esperava que fossem as entrevistas, que não exigem tanta concentração da parte dos visitantes, que facilmente se podem medir, de acordo com o seu interesse relativo, após a visualização de alguns segundos. As fotografias poderiam intrometer-se, mais uma vez pela componente visual e por serem mais simples de ler, pela leveza e escassez dos comentários, que não são o principal desses posts.

No entanto, a “grande vencedora” foi a categoria mais antiga e mais clássica, o “texto de temas variados”, o que para mim é uma vitória, não das expectativas algo negras, mas do que sempre acreditei ter mais valor nesta página, como o meu antepenúltimo texto realça. Com 60% dos votos, mais de metade dos visitantes que se dignaram votar nesta sondagem apoiaram os textos de tema livre.

As categorias que eu previa serem mais votadas, “comentário a fotografias” e “entrevistas a personalidades da NCB e amigos da nossa Companhia” quedaram-se com 20% cada, não atingindo sequer metade da preferência dos visitantes, conjuntamente. Isto poderá dever-se ao facto dos textos de tema livre tenderem à variedade e à expressão de originalidade da parte dos autores, enquanto as entrevistas são algo limitadas, por serem mais interessantes para o consumo interno do que para o público, que “desconhece” os artistas a quem damos o protagonismo (não há vedetismo no Teatro de amadores…); além disso, os entrevistadores não são qualificados, pelo que são as qualidades pessoais e as indicações de momento que potenciam o resultado final. Já as fotos têm outro problema crónico, o da sua repetição. Esta “repetição” não é literal, não publicamos duas vezes qualquer foto, mas há dificuldade em encontrar variedade de temáticas, o que limita também os comentários, como é evidente.

A grande derrota pessoal que tenho, ao ler os resultados desta sondagem, prendem-se com a apreciação do público às mesmas, indignas de granjear qualquer voto. Ninguém se dignou escolher “conclusões das sondagens mensais” como categoria favorita. Não sei o que esperava desta categoria, mas certamente não esperava que fosse ignorada. A cada vez menor participação dos visitantes indica que há um crescente desinteresse pela votação que temos sempre no NCBjovens. Creio que hoje em dia é muito relevante também a crescente despreocupação das pessoas com o manifestar público e vinculativo da sua opinião, o que é sublinhado pela falta de participação cívica, em manifestações públicas ou em eleições. Temos tentado pôr aqui as questões que gostávamos que nos colocassem a nós, se estivéssemos no lugar do visitante comum. Possivelmente teremos falhado. Caso contrário, as pessoas não têm opinião. Uma docente universitária que tive fez um dia questão de sublinhar que “só os burros é que não têm opinião”. Acrescento que quem se está puramente a borrifar para as questões também não as terá. De qualquer modo, “a ignorância é uma bênção”, aparentemente.

Penso que é natural o último resultado, com 0% mais uma vez, respeitante à resposta “não aprecia nenhum, são precisos mais/outros”, caso as pessoas não tenham, de facto, uma postura minimamente crítica, e digam apenas se o que comem hoje lhes sabe melhor do que o que comeram ontem, sem pensar no que poderiam deglutir de diferente. As sondagens foram esquecidas, mas não são tão más as suas apreciações que provoquem o desgosto e desilusão dos visitantes. Ou será que os desiludidos simplesmente deixaram de passar os olhos, esporadicamente, neste nosso sítio da Internet, não tendo votado negativamente por isso mesmo?

Espero que os textos de tema livre sejam cada vez mais e melhores. Talvez a aposta em objectos que apelassem mais à realização visual das expectativas dos leitores, com vídeos e fotos, não tenha sido assim tão feliz, apesar dos óptimos resultados dos vídeos, ultimamente. A participação das pessoas e a leitura desses resultados também não é o caminho, aparentemente. Talvez se deva tal ao facto de serem comummente secos e sem interesse esses comentários, pouco ligados a um pensamento aprofundado de interpretação de resultados.

Talvez o caminho seja a introdução de uma nova abordagem, com a criação de ficção, através de textos, vídeos e fotos, quiçá. Talvez os autores devessem deixar o seu cunho pessoal através de uma “coluna” regular, subjugada a uma paleta temática do seu interesse. Só uma reflexão verdadeiramente plural, que quanto a mim não tem existido, pode originar maior qualidade e, quem sabe, mais ambição.

O futuro deve e tem de ser digno do nome que trazemos na camisola: Nova Comédia Bracarense.

Miguel Marado